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28/03/12, 19:59 Greve dos médicos triplica fila

28/03/12, 19:59 Greve dos médicos triplica fila

Em entrevista no Jornal Cidade Verde desta quarta-feira (28), o presidente da Fundação Municipal de Saúde, Luís Ayrton Santos, informou que a greve dos médicos em Teresina tem triplicado a fila para cirurgias eletivas (marcadas com antecedência), uma vez que só casos de urgência e emergência estão sendo atendidos. Ele afirmou que desde quando assumiu o cargo tenta uma solução para melhorar o salário da categoria.

De acordo com o presidente da FMS, normalmente a fila de espera para uma cirurgia ortopédica é de 50 a 60 pacientes. Hoje o número chega a 160. "Eu sou uma das pessoas mais interessadas na solução dessa greve. Nós estamos buscando essa saída de uma forma ou de outra", declarou. 
 
No entanto, Luís Ayrton Santos declarou que existem barreiras para se conseguir aumento salarial para os médicos, como o limite de 38% com os gastos da saúde. No cargo desde a saída de Pedro Leopoldino, que renunciou para tratar de problemas de saúde, o novo presidente revelou que desde a posse há 40 dias estudava uma proposta para evitar a greve, mas não conseguiu. A categoria recusou a proposta de gratificação ao invés do reajuste no próprio vencimento.
Luís Ayrton diz que a gratificação está dento do que a Prefeitura pode pagar no momento, mas ainda tenta encontrar outra solução, "buscando do fundo do baú", para que se chegue a um acordo. 
 
Médico, o presidente da FMS admitiu: "Eu estou em uma situação muito desconfortável. (...) Isso tem me angustiado muito nesses dias". 
 
Reitoria
O presidente da FMS negou que vá deixar o cargo para a campanha de vice-reitor da Universidade Federal do Piauí, candidatura que ainda está em fase de discussão. Segundo ele, a intenção é acumular as funções enquanto for possível.
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25% dos professores da educação básica não têm nível superior

Os dados são do Censo Escolar de 2011, divulgado este mês pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).

Aproximidamente 25% dos professores que trabalham nas escolas de educação básica do país não têm diploma de ensino superior. Eles cursaram apenas até o ensino médio ou o antigo curso normal. Os dados são do Censo Escolar de 2011, divulgado este mês pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).

Apesar de ainda existir um enorme contingente de professores que não passaram pela universidade – eram mais de 530 mil em 2011 – o quadro apresenta melhora. Em 2007, os profissionais de nível médio eram mais de 30% do total, segundo mostra o censo. Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão, os números são mais um indicativo de que o magistério não é uma carreira atraente.

“Isso mostra que as pessoas estão indo lecionar como última opção de carreira profissional. Poucos profissionais bem preparados se dedicam ao magistério por vocação, uma vez que a carreira não aponta para uma boa perspectiva de futuro. Os salários são baixo, e as condições de trabalho ruins”, explica.

A maior proporção de profissionais sem formação de nível superior está na educação infantil. Nas salas de aula da creche e pré-escola, eles são 43,1% do total. Nos primeiros anos do ensino fundamental (1º ao 5º ano), 31,8% não têm diploma universitário, percentual que cai para 15,8% nos anos finais (6° ao 9º ano). No ensino médio, os profissionais sem titulação são minoria: apenas 5,9%.

Para a presidenta da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Cleuza Repulho, é um “grande equívoco pedagógico” colocar os professores menos preparados para atender as crianças mais novas. “No mundo inteiro é exatamente o contrário, quem trabalha na primeira infância tem maior titulação. Quando o professor entra na rede vai para a educação infantil quase como que um ‘castigo’ porque ela não é considerada importante. Mas, na verdade, se a criança começa bem sua trajetória escolar, as coisas serão bem mais tranquilas lá na frente”, pondera.

Segundo Cleuza, o nível de formação dos professores varia muito nas redes de ensino do país. Enquanto em algumas cidades quase todos os profissionais passaram pela universidade, em outras regiões o percentual de professores que só têm nível médio é superior à média nacional. “Temos, às vezes, uma concentração maior de professores sem titulação em alguns locais do Brasil, como a Região Norte, por exemplo, onde as distâncias e as dificuldades de acesso impedem que o professor melhore sua formação”, aponta.

O resumo técnico do Censo Escolar também destaca que em 2010 havia mais de 380 mil profissionais do magistério matriculados em cursos superiores – metade deles estudava pedagogia. Isso seria um indicativo de que há um esforço da categoria para aprimorar sua formação. Mas o presidente da CNTE ainda considera “muito alto” o número de professores sem diploma universitário, especialmente porque nos últimos anos foram ampliados os estímulos para formação de professores nas instituições públicas e privadas de ensino superior.

Uma das alternativas para quem já atua em sala de aula e quer aprimorar a formação é a modalidade do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para licenciaturas. O programa paga as mensalidades de um curso em faculdade particular e depois da formatura o estudante pode abater sua dívida se trabalhar em escolas da rede pública – cada mês em serviço abate 1% do valor.

“Os programas são oferecidos, mas as condições não são dadas aos professores para que eles participem. O professor não tem, por exemplo, a dispensa do trabalho nos dias em que ele precisa assistir às aulas. As prefeituras e governos estaduais que deveriam ser os primeiros interessados acabam não estimulando o aprimoramento”, diz Roberto Leão.

     Fonte:Karolinny Araujo